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Como a Geointeligência melhora as condições financeiras dos municípios brasileiros

Fernando Leonardi - CEO da Geopixel
Mar 09, 2021
Ao longo dos anos, temos acompanhado ações e projetos desenvolvidos por gestores públicos municipais, que objetivam promover o crescimento e desenvolvimento dos municípios brasileiros. Para este desenvolvimento, a mola mestra é uma gestão eficiente e focada em projetos.

Todavia, realizar uma gestão municipal eficiente, garantir o cumprimento das propostas e projetos, associados as metas e obrigações das prefeituras brasileiras, tem sido um grande desafio aos gestores públicos, ainda mais com o surgimento da pandemia.

Este desafio, além de envolver questões de ordem política, em sua maioria envolvem condição orçamentária para execução do plano de governo e metas, ainda mais com a perda recente de receita, dado o contexto econômico. As finanças municipais são construídas de diferentes receitas, sendo de origem próprias (IPTU, ISSQN, ITBI, etc.) ou de transferência do Estado e União.

A transferência dos recursos oriundos do Estado e União para os municípios, respeitam uma série de critérios definidos constitucionalmente e com isso, já trazem para os gestores municipais, um grande desafio na gestão destes recursos. Adicionalmente, o Governo Federal, via Ministério da economia tem reiterado o desejo de reduzir estes repasses, transferido as obrigações diretamente aos municípios.

Considerando este fato, as arrecadações de receitas próprias são fundamentais para garantir que o orçamento municipal seja adequado, sustentando que o cumprimento do plano de governo, projetos e obrigações dos municípios sejam realizados com êxito. Quando analisamos as fontes próprias dos municípios brasileiros, identificamos normalmente como principais origens, a cobrança de tributos, como, IPTU, ISSQN, ITR, Taxas Municipais e outros.

Ao avaliarmos o contexto de grande parte dos municípios brasileiros, identificamos alguns problemas que geram impacto significativo na arrecadação própria, onde podemos citar algumas delas:

  • Dificuldade de manter uma base de cadastro atualizada;
  • Dificuldade de identificar e acompanhar a dinâmica urbana;
  • Desatualização do Código Tributário Municipal;
  • Criar condições para minimizar a inadimplência na arrecadação de taxas e impostos;
  • Não identificação e acompanhamento da dinâmica comercial, mantendo o enquadramento mobiliário atualizado;
  • Dificuldade em ter dados estruturados, permitindo integrar informações sobre os munícipes;
  • Criar condições para que as equipes de fiscalização realizem de forma efetiva seu trabalho;
  • Dificuldade de minimizar quedas de receita momentâneas, causadas por situações inesperadas, como o caso da COVID-19.


Grande parte dos desafios encontrados podem ser evoluídos com a implantação de procedimentos e ferramentas de apoio a operação e gestão. Já são dezenas de casos de sucesso de prefeituras, que ao adotarem soluções de GeoInteligência, tiveram significativo impacto nas arrecadações próprias.

As Soluções de Geointeligência são ferramentas essenciais para apoiar o gestor público no conhecimento do seu território, na melhoria da qualidade e confiabilidade das informações do cadastro técnico multifinalitário, na transparência da gestão pública e atendimento ao munícipe e, consequentemente, na melhoria de arrecadação das suas receitas próprias.


Investir na implementação de uma Solução de Geointeligência como ferramenta de suporte ao gestor público municipal, é sem dúvida, fator determinante para garantir que os problemas listados anteriormente, sejam minimizados a curto prazo e que sejam eliminados a médio/longo prazo. Essa citação temporal é importante, pois a construção de um projeto de Geointeligência em um município, como apresentado no artigo “7 Principais Desafios dos Projetos de Geointeligência no Brasil”, tem uma série de objetivos, que são alcançados à medida que as etapas são implementadas e operacionalizadas, e isso, compete a combinação de Sistemas, Processos, Pessoas e Informações confiáveis e atualizadas.


E como as Soluções de Geointeligência, efetivamente, colaboram para o aumento da arrecadação nas prefeituras brasileiras? A seguir, apresentamos alguns dos principais fatores que demonstram como as Soluções de GeoInteligência apoiam as prefeituras a elevar sua arrecadação.

  • 1 - Atualização do Cadastro Técnico Imobiliário

    Soluções de GeoInteligência, permitem que o Cadastro técnico imobiliário seja atualizado e mantido conforme a realidade encontrada em campo. Desta forma, o governo municipal consegue corretamente lançar tributos de forma justa e equilibrada.


    Sem a necessidade de direcionar equipe própria em campo, a prefeitura consegue identificar novas construções, expansão de construções e realizar o enquadramento correto do cadastro mobiliário. Isso é possível através da combinação de bases de dados e sistemas integrados, onde realiza-se por exemplo, a coleta de dados aéreos do município, fotografias 360 das vias e sistemas de Geointeligência, é possível que seja realizada a manutenção do cadastro técnico urbano, mantendo a base sempre atualizada.


    A melhoria na prestação deste serviço pela equipe da prefeitura, possibilita ao gestor público implementar melhorias e incentivos para os contribuintes estarem adimplentes, agilizando também os processos e fortalecendo suas secretarias.


  • 2 - Atualização do Cadastro Técnico Mobiliário

    A dinâmica urbana e financeira de um município, faz com que ao longo dos anos, regiões que antes eram exclusivamente residenciais, passem a ter pontos comerciais ou escritórios para prestadores de serviço.


    Além disso, esta dinâmica, faz com que corredores comerciais sofram alteração do tipo de empreendimento ali localizado. Vale ainda ressaltar a abertura de novas empresas e encerramento de empresas, que gera importantes e volumosos dados para a prefeitura.


    O uso da Geointeligência, por meio de integração com sistemas e processos da prefeitura, assim como com dados coletados em campo, permite que a prefeitura mantenha estes dados atualizados.


    Vale lembrar, que diversos impostos e taxas, consideram estas informações para a formatação da alíquota, conforme estabelecido no código tributário municipal. Assim, a correta e integrada utilização dos dados e das capacidades analíticas da GeoInteligência, permitirá melhores lançamentos para a prefeitura, impactando em melhoria de arrecadação e redução da inadimplência.

  • 3 - Atualização da Planta de Valores Genéricos

    A Planta Genérica de Valores – PGV é um instrumento legal das prefeituras, onde estão definidos e estabelecidos os valores unitários do metro quadrado de terreno e de construção do município, classificados por região, possibilitando assim obter o valor venal dos imóveis.


    Como as cidades sobrem crescimento e alteração da dinâmica urbana, realizar a atualização deste instrumento é essencial para adequar os padrões de construção e valores unitários do metro quadrado, possibilitando a correta prática da justiça fiscal.


    Identificar corredores especiais, áreas com valorização e melhorias de infraestrutura realizadas, são itens a serem utilizados pela GeoInteligência para a simulação de cenários para a atualização de uma PGV.


    Combinadas, Solução de Geotecnologias e PGV atualizada, permitem que o gestor público realize simulações, análises, crie cenários e defina indicadores de gestão, em tempo real, para melhor definição de suas ações.


    Vale lembrar que a atualização da PGV é item obrigatório determinado pelo Tribunal de Contas do Estado, e a falta de ações claras e efetivas para sua atualização poderá ser enquadrada como improbidade administrativa por renúncia de receita.

  • 4 - Integração de Dados Municipais

    Implementar soluções tecnológicas que não se tornem pequenas “lhas” dentro da prefeitura é variável determinante para o sucesso de um projeto de modernização tecnológica e geram insumos para processos de melhoria da arrecadação.


    A integração dos dados municipais, através da utilização de Soluções de Geointeligência, que permitam conectar com o sistema de gestão tributária e demais sistemas legados existentes no município, é condição essencial para garantir acesso a informações atualizadas, que refletem na melhoria da arrecadação.


    Atuar com soluções integradas, de um lado, fornece ao servidor público a condição de ter acesso às informações municipais atualizadas, em repositórios de dados que estejam centralizados, eliminando potenciais danos com uso do recurso público e que estejam integradas com os outros sistemas existentes no município, como cadastrais, financeiras, educação, saúde, e que possuam visão geográfica, possibilitam o gestor municipal tomar ações e decisões mais assertivas.


    Do outro lado, poderá promover uma prestação de serviços com melhor qualidade e atendimento para o cidadão.


  • 5 - Soluções Combinadas para Reduzir a Inadimplência Municipal

    Por meio do uso da GeoInteligência, a prefeitura integra dados municipais e consegue assim manter seus dados mais atualizados. Nestes dados podemos incluir as informações dos responsáveis familiares e proprietários de imóveis ou empresas, fazendo com que o dado da prefeitura tenha maior exatidão.


    Ao ter dados mais corretos, a prefeitura pode adotar medidas para mitigar inadimplência, como a notificação, protesto ou bloqueio de munícipes, pela falta de pontualidade na liquidação de suas obrigações tributárias.

  • 6 - Implementar uma Solução de Geointeligência na WEB

    As questões de infraestrutura computacional nas prefeituras são de grande desafio quando se pensa em implementação de sistemas. Isso faz com que o município tenha que adicionalmente ao custo de uma solução de GeoInteligência, realizar investimento na aquisição de equipamentos e hardware.


    Como é sabido, o processo de evolução tecnológica tem sido intenso e rápido, fazendo com que investimentos em hardware, fiquem rapidamente obsoletos e depreciados.


    Desta forma, investir em uma solução totalmente moderna na modalidade de locação de softwares como serviço (SaaS), em ambiente cloud (web) que não tenha limitação de usuários ou acessos, coloca a prefeitura em uma posição de modernização tecnológica e eficiência na utilização e prestação dos serviços.

  • 7 - Aplicações Mobile – “Conectividade e Agilidade”

    As atividades de fiscalização, são consideradas um serviço de extrema importância para as prefeituras, que tem uma difícil missão de atender se território geográfico na busca e identificação de irregularidades, seja no âmbito cadastral, posturas, ambiental, social, entre outros. Entretanto, apenas ampliar a fiscalização, aumentando o quadro de pessoas, não tem se mostrado o caminho mais eficiente.


    A combinação de Soluções de Geointeligência que permitem a utilização de Sistema Mobile para uso em campo, que permitam a utilização off-line e/ou on-line, associadas a capacitação adequada dos fiscais e corpo técnico das prefeituras, oferecem a prefeitura a condição de identificar, atuar e gerir as irregularidades existentes no seu território de forma geográfica e integrada, além de apoiar na manutenção do cadastro técnico multifinalitário e na prestação de um melhor serviço aos munícipes.

  • 8 - Automatização de Processos
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Considerações finais

Vale assim concluir que a implantação de soluções de GeoInteligência trazem significativos valores ao erário municipal, que não é o tradicional “aumento” do IPTU, mas sim elevação de lançamento tributário, redução de custo e ganho de eficiência nas interações e atividades executadas pelos servidores. Sem contar as diversas possibilidades de facilitação e digitalização de etapas e processos, dando ao munícipe condição simplificada de integração com a prefeitura.


Podemos afirmar que as Soluções de Geointeligência tem papel fundamental para as entidades públicas, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, pauta principal deste artigo, como ferramenta de apoio ao planejamento, implantação, monitoramento e gestão dos projetos de governo.

Como podemos observar a partir de alguns benefícios destacados neste artigo, investir em projetos que estejam conectados às Soluções de Geointeligência, além de garantir melhoria de sua gestão, trazer redução de custos, aumento de receita, eficiência na prestação dos serviços para os munícipes, é caminho primordial para inserir os municípios na realidade de uma Cidade Inteligente e Humana.


Em síntese, como podemos constatar em diversos projetos já implementados em Prefeituras Brasileiras, utilizar sistemas combinados a partir de uma Solução de Geointeligência na WEB, que permita realizar uma gestão transparente, integrada aos demais sistemas legados da prefeitura, permitindo o completo conhecimento e envolvimento do Prefeito às informações do município, são diferenciais para garantia do sucesso no cumprimento das atividades do Gestor Público Municipal.

Escrito por Fernando Leonardi em co-autoria com os diretores da Geopixel: Alex Moraes, Gerente Comercial; e Paulo Roberto Simão, Diretor de Negócios.


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Por Maria Tereza Vellano - Vice-Presidente de Utilities do SCBA 13 out., 2024
Neste artigo, exploramos as principais conclusões do debate que discutiu como a digitalização das utilities, impulsionada pelas mudanças climáticas, está moldando o futuro das cidades e promovendo maior resiliência urbana. A crise climática está transformando a forma como as cidades e empresas lidam com os recursos naturais e a infraestrutura urbana. Em um cenário onde o aumento da temperatura global, eventos climáticos extremos e a escassez de recursos são cada vez mais frequentes, setores essenciais como água, gás e energia elétrica (as chamadas utilities) estão sob pressão para adotar modelos mais sustentáveis e eficientes. Para lidar com esses desafios, as tecnologias digitais emergiram como soluções poderosas, permitindo a otimização de recursos e facilitando o crescimento de cidades inteligentes. A transformação digital, impulsionada pela crise climática, tem se mostrado não apenas uma ferramenta para mitigar impactos ambientais, mas também um motor de inovação. Ao integrar tecnologias como Internet das Coisas (IoT), big data, inteligência artificial (IA) e redes elétricas inteligentes (smart grids), as utilities estão redesenhando a forma como gerenciam e distribuem recursos, enquanto as cidades inteligentes utilizam essas inovações para melhorar a qualidade de vida de seus habitantes. Principais Desafios Apesar dos avanços, a transformação digital nas utilities enfrenta uma série de desafios complexos, tanto tecnológicos quanto estruturais. Entre os mais significativos, estão: Infraestrutura Obsoleta: Muitas redes de energia, água e gás em todo o mundo foram construídas décadas atrás e estão mal preparadas para lidar com as exigências atuais de eficiência e sustentabilidade. Atualizar essas infraestruturas envolve investimentos elevados e planejamentos cuidadosos. Gestão de Recursos Naturais: A escassez de água e as mudanças na distribuição de fontes de energia renováveis criam desafios para o fornecimento estável e confiável de serviços. As variações climáticas tornam mais difícil prever padrões de consumo e de geração de energia, aumentando o risco de interrupções nos serviços. Segurança Cibernética: À medida que as redes se tornam mais digitalizadas, aumenta também o risco de ataques cibernéticos. Garantir a segurança de dados e sistemas críticos é uma preocupação crescente para as utilities e as cidades que dependem de suas operações. Custo e Implementação de Tecnologias: Embora as soluções digitais ofereçam benefícios significativos, sua implementação inicial pode ser cara. Além disso, requer uma força de trabalho capacitada e uma mudança de cultura organizacional para adotar novas formas de operar e tomar decisões. Oportunidades Geradas pela Transformação Digital Ao mesmo tempo, a transformação digital traz oportunidades promissoras para enfrentar os desafios climáticos e remodelar as cidades do futuro. Entre as principais, destacam-se: Eficiência Operacional: A digitalização permite que as utilities monitorem suas redes em tempo real, identifiquem problemas com antecedência e otimizem a distribuição de recursos. Isso resulta em menor desperdício de água e energia, além de reduzir os custos de manutenção e operação. Resiliência Climática: Redes inteligentes (smart grids) e sistemas de IA ajudam as utilities a prever e se adaptar a eventos climáticos extremos, como tempestades e secas, garantindo que os serviços continuem operando mesmo em condições adversas. Além disso, a integração de energias renováveis, como solar e eólica, nas redes urbanas permite uma maior flexibilidade e sustentabilidade. Cidades Inteligentes e Sustentáveis: A conexão entre a transformação digital das utilities e o crescimento das cidades inteligentes é evidente. As cidades que adotam tecnologias digitais conseguem gerenciar melhor o consumo de energia, otimizar o trânsito, reduzir as emissões de carbono e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Sensores IoT, por exemplo, podem monitorar o consumo de água e eletricidade, permitindo que os governos locais ajustem políticas de uso de recursos com base em dados precisos. Engajamento do Consumidor: Com o avanço das tecnologias digitais, consumidores têm mais controle e informações sobre seu consumo de energia e água. Isso incentiva comportamentos mais sustentáveis, como a redução do desperdício e o uso consciente de recursos naturais. Novos Modelos de Negócios e Inovação: As utilities podem explorar novos modelos de negócios baseados em dados, como plataformas de compartilhamento de energia ou tarifas dinâmicas que recompensam o uso eficiente de energia. Startups de tecnologia também encontram um terreno fértil para desenvolver soluções inovadoras que atendam a essa nova realidade. Conclusão A crise climática colocou em evidência a necessidade de mudanças profundas nas estruturas urbanas e nas operações das utilities. A transformação digital, catalisada pelas demandas ambientais, está desempenhando um papel central na modernização desses setores, permitindo uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos. Embora desafios, como a infraestrutura obsoleta e os custos de implementação, continuem sendo barreiras, as oportunidades de inovação, maior resiliência e crescimento das cidades inteligentes são promissoras. Durante o debate os participantes destacaram várias conclusões importantes sobre o papel central da tecnologia e a necessidade urgente de mudanças. A Transformação Digital Não É Mais Opcional . Um consenso entre os debatedores foi que a transformação digital nas utilities deixou de ser uma escolha estratégica e se tornou uma necessidade. As mudanças climáticas estão colocando uma pressão sem precedentes nos sistemas de infraestrutura existentes, exigindo uma modernização rápida. Redes antigas e modelos tradicionais de operação não são mais suficientes para lidar com a variabilidade climática e as demandas emergentes por sustentabilidade e eficiência energética. Eficiência e Sustentabilidade Andam de Mãos Dadas . Os especialistas concluíram que a digitalização não só aumenta a eficiência das operações, mas também promove a sustentabilidade. Tecnologias como medidores inteligentes, redes elétricas autônomas e sistemas de IA ajudam a reduzir o desperdício de água, a otimizar o uso de energia e a integrar fontes renováveis, como solar e eólica, de maneira mais eficaz. Esses sistemas inteligentes permitem uma resposta mais rápida às flutuações climáticas, ajudando a mitigar os impactos de eventos extremos, como tempestades e secas prolongadas. Resiliência Climática é a Nova Prioridade . Os debatedores também enfatizaram a importância de priorizar a resiliência climática nas cidades inteligentes, onde as utilities têm um papel essencial. Foi discutido que, além de reduzir emissões e promover o uso de energias renováveis, as cidades e utilities precisam estar preparadas para lidar com interrupções causadas por eventos climáticos adversos, como blecautes ou a escassez de água. A adoção de tecnologias de monitoramento em tempo real, como sensores IoT e ferramentas de análise de dados, são cruciais para identificar vulnerabilidades e garantir a continuidade dos serviços essenciais. Colaboração entre Setores é Fundamental . Outro ponto unânime entre os debatedores foi que a transformação digital e a resiliência das cidades só serão plenamente alcançadas por meio da colaboração entre o setor público, privado e a sociedade civil. Governos, utilities e empresas de tecnologia precisam trabalhar em conjunto para desenvolver soluções inovadoras e acessíveis que possam ser escaladas de forma eficiente. Além disso, foi ressaltada a importância de políticas públicas claras e de incentivos financeiros para acelerar a adoção de novas tecnologias, garantindo que a digitalização e a sustentabilidade avancem em paralelo. O Papel Ativo dos Consumidores . Por fim, foi abordado o papel crescente dos consumidores na transformação digital das utilities. Com acesso a dados em tempo real sobre o consumo de água e energia por meio de dispositivos inteligentes, os cidadãos podem adotar hábitos mais sustentáveis e participar ativamente na redução da demanda, equilibrando a utilização de recursos naturais. Os debatedores concluíram que a conscientização e a educação dos consumidores serão essenciais para que a transformação digital se traduza em benefícios concretos tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade. Em resumo, os debatedores concordaram que a crise climática representa um chamado urgente à ação para as utilities e para as cidades inteligentes. As soluções digitais surgem como a principal resposta, proporcionando maior eficiência, resiliência e sustentabilidade. No entanto, essas mudanças exigem uma abordagem colaborativa, com esforços coordenados entre governo, empresas e cidadãos para transformar as utilities em pilares fundamentais da resiliência climática e do crescimento sustentável das cidades. O caminho está traçado para que as cidades e seus sistemas essenciais evoluam em sintonia com os desafios e as oportunidades do século XXI. Participantes da Mesa de Debates Maria Tereza Moysés Travassos Vellano – VP de Utilities do SCBA - Coordenadora da Mesa Antonio Almeida – Diretor de Soluções Almeida Energy Solution Eduardo Arcas – Head IoT Solutin Latam – Constanta Industrial Gilson Paulillo - Senior Business Development Consultant - Venturus Lucas Molina – Gerente de Desenvolvimento – Everynet Brasil Paulo Roberto de Souza Pimentel - CEO & Founder da Pimentel Smart Grid Utilities Rivaldo de Oliveira Ferreira – Vice- Presidente de Utilities Sonda Sergio Jacobsen - CEO Micropower Energia Severiano Leão Macedo – CISCO Industrial IoT Specialist
Por Caio Bonilha - Vice-Presidente de Assuntos 5G do ISCBA 17 dez., 2023
A limpeza do espectro tem sido feita em prazos acima das expectativas e vai distanciando cada vez mais a disponibilidade de espectro e a implantação real nas cidades. Embora siga em ritmo acelerado, a implantação do 5G é desigual, principalmente pelo fator econômico. Pesam também fatores estruturais, como a aplicação da Lei das Antenas em cada cidade e a busca de novas aplicações, como a prestação de serviços em Smart Cities. Os novos entrantes começam a desenvolver seus projetos de forma acelerada e se apresenta para eles alguns desafios: projetos enxutos, arquitetura aberta (Open RAN) ou fechada, escolha de fornecedores, estratégia de implantação para além das obrigações, assimetria regulatória, prevista no novo PGMC. A recente aprovação do acordo Winity-Vivo também terá um impacto significativo, tanto na estratégia das entrantes, quanto das incumbentes. Com tantos temas, convidamos para um debate, em 22 de novembro de 2023, alguns dos maiores especialistas no assunto no Brasil, para construir um panorama sobre os reais desafios do 5G no país. Inicialmente, foi bastante elogiado o Edital 5G e seu caráter não arrecadatório, destacando-se a agilidade da implantação pelas incumbentes. Por outro lado, alguns problemas foram levantados, como a necessidade de antenas e as dificuldades das leis municipais, bem como os preços dos Celulares 5G que ainda são elevados. Questionou-se a viabilidade dos novos entrantes, contra incumbentes já estruturadas e atendendo velozmente o mercado, apontando-se, ainda, que a solução para o desenvolvimento das aplicações no 5G é a “desverticalização”. Outros dois importantes aspectos foram destacados: o papel dos novos entrantes na competição nacional e a mudança na regulamentação para a garantia de acesso ao espectro, em caráter secundário. Foi enfatizado a importância da manutenção das assimetrias também no ambiente móvel (SMP). Assimetria como um conceito a ser adequado ao 5G, por exemplo, no uso e compartilhamento de espectro, mercado secundário, de modo a conferir segurança jurídica aos entrantes e demais ISPs, assim, foi sugerida a criação de um banco de dados acessível a todos com as disponibilidades de espectro. Um dos questionamentos foi se a indústria sabe o que realmente quer com o 5G e até que ponto os integradores devem/podem ser os indutores de inovação. Porém, a escassez de mão-de-obra é um problema para o desenvolvimento da inovação. Foi apontado, ainda, que as tecnologias inovadoras são fatores de aceleração e desenvolvimento das redes 5G, tais como as redes abertas, que propiciam vantagens competitivas, sendo necessária a criação de políticas públicas que incentivem a utilização de novas tecnologias, auxiliando as forças de mercado no desenvolvimento do 5G. Um exemplo apontado foi a luminária da JUGANU (com fentom cell 5G), como uma inovação e a importância da coordenação dos atores (Indústria - ABDI) para acelerar as inovações. Outro ponto destacado é que os grandes beneficiários das redes 5G são a Indústria Nacional, o Agro e a Saúde, sobretudo em função da latência. Por isso, as empresas têm de desenvolver a capacidade de ouvir o que a Indústria precisa e desenvolver novos modelos de negócio. Como exemplo foi citado o Polo de Indústrias de Manaus, que tem capacidade média de conectividade em torno de 50Mbps, para entender que o problema não é tecnologia, mas a conectividade. Porém, o Edital 5G não requereu performance, e sim, cobertura. Foi destacado o resultado de uma pesquisa que mostra que 60% das empresas entendem a importância do 5G, mas somente 2% estão analisando a possibilidade de utilização/implantação de soluções em 5G e 30% aguardam por modelos de negócio que possam se adequar às suas necessidades. O Presidente da Brisanet, Roberto Nogueira, deu um importante depoimento sobre o dia seguinte ao Edital do 5G e as dificuldades inerentes à escolha do fabricante, da tecnologia do core de rede e os terminais. Ele informou ter optado por uma tecnologia vertical, por segurança e por lançar o 4G e 5G ao mesmo tempo, na mesma ERB. Em sua análise, o 700 MHz não é essencial pelo adensamento da rede e por ter o 2,3 GHz. Para ele, o grande problema são os compromissos de cobertura em cidades com menos de 30 mil habitantes onde os prefeitos não têm consciência da importância das infraestruturas. Disse, ainda, que a Brisanet já tem cobertura para 4 milhões de acessos potenciais e vai acabar 2023 com torres em 30 cidades, mas seu objetivo é monetizar com o SMP, num primeiro momento, para somente depois pensar em novos modelos de negócio. As empresas têm de estimular/contratar/fazer parcerias com “Desenvolvedores de Aplicações”, a fim de encontrarem soluções disruptivas para agregar valor aos seus negócios. Apps, como Uber, iFood, entre outras, foram criadas por startups, algo difícil de acontecer em uma empresa de telecom, embora elas tenham demonstrado esforços para mudar a situação. Poucos municípios têm boa gestão e por isso a maioria não consegue compreender os benefícios da conectividade. É necessário um veículo para educar os prefeitos sobre a importância deles facilitarem a conectividade com o 5G, já que ela pode trazer grandes benefícios à população, ampliando o acesso a vários serviços. Foi destacado o papel do FUST, que está finalmente oferecendo financiamento aos ISPs, via BNDES e que podem, ainda, ser utilizado para expansão do 5G, desde que não seja para financiar as obrigações contratuais. Acredita que os remédios VIVO e Oi sejam suficientes para incentivar a competição, lembrando que as decisões têm um gatilho de eventuais novas medidas em 60 dias, caso as estabelecidas não surtam os efeitos esperados. Os três grandes eixos do 5G (velocidade, baixa latência e aplicação massiva), mais cedo ou mais tarde, terão grande relevância e aplicação nas indústrias, com aplicações de automação industrial, redes privativas, etc. O sucesso do Edital e da implantação parcial é uma realidade, mas é preciso garantir o sucesso nos resultados, quando da implementação em todo o país. O Edital 5G não tem similaridade no mundo pela quantidade de espectro e o sucesso dos novos entrantes depende da eficácia dos remédios VIVO e Oi, implementados pela Anatel e que eles são importantes para o equilíbrio na competição entre incumbentes e entrantes. O novo PGMC deve também trazer assimetrias semelhantes às implementadas na banda larga fixa que fez com que o mercado de ISPs crescesse exponencialmente, sendo o Brasil um caso único no mundo. Como conclusão, as intervenções dos debatedores mostraram que é necessário: (i) incentivos aos entrantes, sob forma de assimetria regulatória, remédios e financiamento; (ii) incentivos ao desenvolvimento de tecnologias e integradores; (iii) mudança de postura dos administradores municipais para facilitar a implantação de infraestrutura e (iv) entendimento pela indústria, agro, cidades, entre outros segmentos, do potencial do 5G para incrementar seus negócios. Artigo escrito por: • Caio Bonilha - Vice-Presidente de Assuntos para 5G do ISCBA Participantes da Mesa de Debates: • Anibal Diniz - Consultor da NEO • Arthur Coimbra - Conselheiro da Anatel • Cristiane Sanches - Conselheira da Abrint • Juarêz Quadros - Head do JMQN Advisors • Daniel Brandão - Coord. Ger. Pol. Serv. Telec. do Ministério das Comunicações • Milene Pereira - Gerente Sênior de Governo da Qualcomm Brasil • Roberto Nogueira - Presidente da Brisanet • Tiago Fairstein - Gerente de Novos Negócios da ABDI
Por Maria Tereza Moysés Travassos Vellano - CEO da Vellano Smart Energy Consultoria 16 ago., 2023
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