Este artigo é uma sinopse dos debates, análises e contribuições havidas no âmbito da Reunião Estratégica nº 12 do Smart City Business Brazil Congress 2022, ocorrido na cidade de São Paulo no dia 25 de maio de 2022, denominado “Quais as barreiras para a adoção das tecnologias de IoT pelas empresas concessionárias de serviços públicos?”.
O tema é de extrema relevância no contexto das Smart Cities pois, para que uma cidade seja considerada efetivamente Smart, necessariamente suas concessionárias de serviços públicos - como água, gás e energia - precisam também ser Smarts, ou seja, a infraestrutura das cidades para tais serviços precisa usufruir de uma ampla implementação de tecnologias de IoT.
Neste contexto, concessionárias Smarts deveriam ter suas redes automatizadas, possibilitando operações à distância. A ampla implementação de detectores de falhas (providos de sensores), por exemplo, permite a identificação e localização de defeitos da rede sem que o cliente precise ligar para a concessionária. Já a adoção de religadoras automáticas permite a reconfiguração de rede, reduzindo o número de clientes afetados. Sensores, por sua vez, também são vantajosos por permitirem o monitoramento de toda a rede de ativos.
Adicionalmente à rede, seus clientes deveriam ser medidos através de medidores inteligentes - que permitem que a leitura, o corte e a religação sejam feitos de forma remota. Além disso, a associação destes medidores a outras tecnologias e aos sistemas analytics e de inteligência artificial, comprovadamente, reduz perdas, inadimplência e custos operacionais. Da mesma maneira, a automação de redes, além da redução de custos operacionais, aumenta a qualidade dos serviços para os clientes, que vivem em uma sociedade digital e são cada vez mais exigentes.
Estes são só alguns exemplos que podemos citar das vantagens da implementação de tecnologias de IoT. Não faz sentido, com todas estas inovações disponíveis, as empresas concessionárias de serviços públicos ainda não usufruírem destas tecnologias na intensidade em que deveriam. A grande maioria ainda precisa de um contingente enorme de profissionais para leitura de água, energia e gás. Tais leituras, feitas de forma presencial, estão mais sujeitas a erros e imprecisões, além de terem uma grande dificuldade de localização e precisarem de um número enorme de equipes para a correção de defeitos em suas redes - sem contar a grande dificuldade de locomoção nas grandes metrópoles.
Sabemos que os temas de Transformação Digital e Internet das Coisas (IoT) têm ganhado cada vez mais importância nas agendas dos executivos das Utilities de Água, Energia Elétrica e Gás. As empresas, de uma forma geral, estão num processo crescente de implementação de tecnologias de IoT, mas ainda não em uma intensidade adequada.
A questão a ser levantada é: Por que ainda não temos uma implementação em alta escala e nossos setores ainda não passaram pelo tão almejado boom tecnológico? Quais são as principais barreiras enfrentadas?
Na Mesa Estratégica, os participantes falaram de suas experiências na implementação de IoT e abordaram as principais dificuldades enfrentadas que precisam ser equacionadas para quebrar as barreiras e alcançar uma ampla implementação destas tecnologias para usufruírem cada vez mais de seus benefícios.
Abaixo estão sintetizados os principais pontos abordados, separados em temas:
Investimentos, Custos & Regulamentação
Infraestrutura de Tecnologia, Informação e Comunicação - TIC
Cybersecurity
Estratégia, Cultura e Treinamento
Fornecedores
Com base nas barreiras apontadas pelos participantes podemos concluir que as seguintes medidas precisam ser implementadas para obtenção de sucesso neste processo:
Para que todas estas medidas sejam equacionadas, é necessário o trabalho conjunto das associações ligadas ao ecossistema. Elas atuarão como facilitadoras e integradoras dos interesses de todos os stakeholders e o seu envolvimento é fundamental para que se obtenha um Plano Nacional de implantação das tecnologias de IoT de forma estratégica, eficaz e no prazo necessário.
Elaborado por:
Participaram da Reunião Estratégica e colaboraram para esse artigo: